
Alta Floresta, fundada no bioma amazônico, ao extremo norte de Mato Grosso, teve na exploração de madeira uma das principais atividades econômicas no final da década de 70, quando a cidade foi fundada, se estendendo pelas décadas de 80 e 90.
O empresário do ramo madeireiro, Dioni Brezovsky Domiciano, conta que chegou em Alta Floresta no ano de 1994 e que sua família, veio para trabalhar com lavouras de café. “Logo depois, abrimos no município uma transportadora e através desta atividade eu conheci o pessoal que trabalhava no ramo de madeira e fui me interessando por esta atividade. No início comecei a trabalhar com compra e venda de madeiras e no ano de 1999, montei um depósito de madeira e em 2020, uma serraria”, conta o empresário.
Dione enfatiza que esta atividade comercial, ao longo de sua história na região, passou por muitos períodos difíceis. Lembra que um período complicado foi a adaptação do IBAMA para a SEMA. “O SIMENORTE e o CIPEM tem uma atuação muito importante na orientação e na defesa dos empresários do setor de base florestal. Com isso, facilitou muito o entendimento e o comprometimento que o setor atravessou neste período”, disse o empresário.
“O Sindicato aproxima os órgãos das indústrias. Antigamente o IBAMA chegava numa indústria madeireira, todo mundo ficava com medo. Hoje não. A SEMA chega, nós dialogamos e temos condição, através do SIMENORTE e do CIPEM, de expor a nossa situação. Os madeireiros não são vilões ou bandidos e sim empresários que fortalecem a nossa região”, complementa.
Na opinião do empresário, o SIMENORTE e o CIPEM são os órgãos responsáveis para a continuidade das atividades das indústrias madeireiras na região. “As pessoas que estão à frente do sindicato estão buscam melhorias para o setor e lutam pelos nossos interesses, principalmente na legalização. O setor de base florestal tem se atualizado e fazendo um trabalho satisfatório na preservação da floresta, principalmente com os Planos de Manejo, dando mais vida útil ao negócio do ramo florestal”, esclarece.
Dione faz um alerta a população, afirmando que o madeireiro é um guardião da floresta. “Existe uma inverdade em cima do madeireiro quando dizem que esta atividade é destruidora da floresta. Na verdade, nós preservamos a floresta, porque com o Plano de Manejo Sustentável, só colhemos da floresta o que realmente está maduro, ao ponto que ela se renove. Desta forma, também mantemos a nossa atividade. Da madeira que é retirada é aproveitado tudo. Ela é beneficiada, o resíduo é destinado para as indústrias, fazendo com que 100% da madeira extraída da floresta tenha sua destinação correta,” disse o empresário.
Sobre o atual momento econômico da região, Dione diz que que a atividade madeireira não é mais a principal fonte econômica do município. “Ela ainda contribui muito para a nossa região, mas diminuiu o número de indústrias madeireiras, por conta da escassez de madeiras próximas do município, mas um ponto positivo para quem está nesta atividade é que tivemos que nos especializar e passamos a dar mais valor à madeira”, finaliza.
Edemar Luiz Savariz
Reportagem