A madeira nativa, proveniente de Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), é um material resistente e versátil que continua revolucionando a construção civil mundial. Utilizada desde a antiguidade, há mais de 10.000 anos, essa matéria-prima pode ser empregada em várias etapas das obras, desde aquelas em estágio temporário até estruturas definitivas. Nas edificações, confere conforto térmico e arquitetura diferenciada. Propicia, ainda, a redução de impactos ambientais e auxilia na mitigação da crise climática por ser um material natural e renovável.

Trata-se de uma solução que agrega tecnologia e sustentabilidade nas construções, após submetida a processos industriais, como por exemplo a Madeira Laminada Colada (MLC), que resulta em um sistema de alto desempenho que substitui o uso de concreto e aço em elementos como lajes, vigas, pilares, coberturas, paredes e treliças.

Unindo tradição e inovação, a madeira oferece ganhos ambientais e econômicos na construção civil. O duplo benefício advém da economicidade dessa matéria-prima associada à redução do impacto ambiental com absorção de carbono (CO2), que fica capturado na própria edificação. Segundo a pesquisadora do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Maria de Fátima Brito Lima, as edificações em madeira custam 30% menos que as obras de alvenaria.

Em Mato Grosso, o incremento de 3,6 milhões de hectares (ha) de áreas de manejo florestal até 2050 possibilitará uma redução de 1 milhão de toneladas métricas de CO2, segundo cálculos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT). Este é um passo essencial para que o Estado alcance o objetivo de neutralizar emissões de carbono dentro deste horizonte.

Carbono Neutro – Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) contribuem significativamente para o sequestro de carbono e desempenham um papel crucial na proteção das florestas. A matéria-prima proveniente dos PMFS é um vetor de desenvolvimento sustentável que abrange duas vertentes: o sequestro de carbono e a não emissão de gases de efeito estufa.

A fixação do carbono na estrutura da árvore contribui para o aumento de seu volume e crescimento por meio da fotossíntese, processo em que há sequestro de carbono (CO2) e liberação de oxigênio (O2) na atmosfera. Colher apenas árvores maduras nas áreas de PMFS evita quedas desordenadas das espécies arbóreas nas florestas, preservando a biodiversidade. Além disso, a árvore colhida armazena massa física de CO2.

Ednei Blasius é presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem)