A partir de hoje, 1º, até dia 30 de setembro, estão proibidas as queimadas em áreas rurais em Mato Grosso.
Cerca de três milhões de hectares de floresta em Mato Grosso estão protegidos de queimadas e incêndios por meio dos projetos de manejo florestal sustentável. Com a concessão das áreas para exploração sustentável e fiscalizada, os proprietários ficam responsáveis pela preservação da área, prevenção e combate ao fogo. De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema), não houve registro de queimadas em nenhum hectare de área de manejo ano passado.
Ao receber autorização para exploração do projeto de manejo, os proprietários assinam um termo de compromisso se responsabilizando pelo território concedido e sujeitos a responder por crimes ambientais caso a área venha a pegar fogo. A superintendente de gestão florestal da Sema, Suely Menegon Bertoldi, explica que diferentemente do que ocorre nas áreas desmatadas ilegalmente, nos locais de manejo o objetivo é a extração correta e a preservação do local.
“Os proprietários dos projetos não de têm interesse nenhum em abertura de área. Não é como nos locais onde ocorrem o desmatamento ilegal com o objetivo de antropização do local”, explica Suely Bertoldi.
O vice-presidente do Sindicato dos Madeireiros de Alta Floresta (SIMENORTE) e Presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), Frank Rogieri de Souza Almeida, explica que empresários que atuam no setor fazem grandes investimentos para explorar os produtos e subprodutos da floresta, além de serem os responsáveis legais pela área e por isso são os principais interessados em preservar e atuar dentro da legalidade. “Os incêndios florestais trazem grandes prejuízos não só ambientais, mas sociais e econômicos para os produtores. Por isso investimos na prevenção e no combate rápido em caso de queimadas”, explica Frank Almeida.
De acordo com o vice-presidente do SIMENORTE e presidente do FNBF, é inadmissível que incluam no mesmo pacote aqueles que trabalham de forma correta, dentro da lei, como desmatadores ilegais e incendiários. “Nosso compromisso não é só com o governo, mas também com nossos clientes. Para que consigamos chegar ao mercado legal, seja nacional ou internacional, precisamos agir em conformidade com a legislação vigente”.
Entre as ações preventivas, os produtores investem em treinamento de equipes, fazem aceiros para evitar a queima descontroladas e adquirem equipamentos de combate a incêndios.
Projeto de manejo florestal sustentável – Atualmente, cerca de três milhões de hectares de áreas de floresta em propriedades privadas possuem autorização para serem explorados. As licenças têm validade de 12 meses e podem ser prorrogadas por igual período, descontado o tempo de chuvas intensas, quando as atividades de extração ficam suspensas.
Segundo a superintendente de gestão florestal da Sema, Suely Menegon Bertoldi, todas as áreas com autorização para projeto de manejo são monitoras, seja por meio de fiscalização in loco, quanto por acompanhamento de imagens. “As atividades são controladas, fiscalizamos as áreas, as espécies proibidas de serem cortadas. Podemos dizer que quase 90% das atividades de manejos são realizadas de forma legal”.
Os projetos de manejos permitem a exploração de até 30 m³ de madeira por hectare e o ciclo de exploração geralmente varia entre 25 e 30 anos. De acordo com Suely Bertoldi, Mato Grosso tem um potencial para explorar até 6 milhões de hectares de florestas privadas.